Desmistifique 4 crenças populares sobre o uso de antibióticos. Entenda a diferença entre espectro de cobertura, potência e a real eficácia dos tratamentos.
Antibióticos de amplo espectro são mais eficazes?
Quando falamos sobre a efetividade dos antimicrobianos, é comum confundir o espectro de cobertura com a potência.
Porém, essas são duas características distintas.
Por exemplo, embora a Piperacilina-Tazobactam tenha um espectro maior, ela não é necessariamente mais eficaz que a Oxacilina para tratar infecções específicas como as causadas pelo Staphylococcus aureus sensível à oxacilina.
Portanto, escolher o antibiótico certo depende da situação clínica e do patógeno alvo.
Antibióticos bactericidas são superiores aos bacteriostáticos?
Estudos comparativos mostram que a eficácia no tratamento de infecções pulmonares, cutâneas e abdominais é semelhante entre antibióticos bactericidas (como vancomicina) e bacteriostáticos (como linezolida).
Além disso, muitos bacteriostáticos podem atuar como bactericidas, dependendo da concentração e do sistema imunológico do paciente.
Portanto, a escolha deve ser baseada no tipo de infecção e nas condições do paciente.
Antibióticos intravenosos são mais eficazes que os orais?
Embora os antibióticos intravenosos sejam recomendados inicialmente para pacientes graves, os orais podem ser igualmente eficazes em muitas situações, desde que tenham boa biodisponibilidade e atinjam níveis séricos adequados.
Antibióticos como clindamicina e azitromicina são exemplos que comprovam a eficácia dos tratamentos orais em infecções graves.
Terapias prolongadas são melhores que tratamentos curtos?
A crença de que cursos prolongados de antibióticos são mais eficazes para prevenir recaídas e resistência está sendo desafiada por novas evidências.
Estudos recentes indicam que tratamentos mais curtos não só são eficazes como também estão associados a menos resistência bacteriana e menos efeitos adversos.