
Os achados de imagem da esclerose múltipla (EM) incluem lesões em locais como periventricular, cortical e medula espinhal, fundamentais para o diagnóstico por ressonância magnética (RNM).
Conceitos
No episódio 164, discutimos como a RNM é uma etapa fundamental na investigação de pacientes com suspeita de esclerose múltipla.
Destacamos 4 localizações características que merecem atenção:
- Periventricular
- Cortical/Justacortical
- Infratentorial
- Medula
Quais são os achados clássicos na região periventricular?
As lesões periventriculares são típicas da esclerose múltipla e apresentam características específicas, como:
- lesões ovais
- hiperintensas em T2/FLAIR
- dimensões superiores a 3 mm
- disposição perpendicular aos ventrículos laterais
Um achado marcante nesta área é a formação dos chamados "Dedos de Dawson", observados em cortes sagitais.
Essas lesões têm distribuição perpendicular à superfície dos ventrículos, um indicativo clássico da esclerose múltipla.
Como se apresentam as lesões corticais e infratentoriais?
Nas regiões corticais e subcorticais, as lesões podem aparecer de forma anelar incompleta, sendo outro achado importante para o diagnóstico de esclerose múltipla.
Já na área infratentorial, é comum observar lesões desmielinizantes localizadas no tronco encefálico e cerebelo.
Quais são os achados na medula espinhal?
Na medula espinhal, as lesões típicas da esclerose múltipla apresentam algumas características específicas, como:
- lesões curtas (< 1,5 corpo vertebral de extensão)
- lesões parciais (periféricas)
- predomínio cervical e torácica
Como diferenciar esclerose múltipla de outras condições?
Um ponto de atenção é a presença de mielite longitudinalmente extensa, que envolve a medula espinhal por mais de três corpos vertebrais.
Nesses casos, deve-se considerar diagnósticos alternativos, como:
- Neuromielite óptica
- Neurosarcoidose
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Síndrome de Sjögren
Essas condições compartilham algumas características com a esclerose múltipla, mas possuem distinções importantes que podem ser detectadas na ressonância magnética.
Para saber mais
Aprofunde-se no tema ouvindo nosso episódio, onde exploramos a apresentação clínica, os exames complementares e os diagnósticos diferenciais da esclerose múltipla, discutidos a partir de 3 casos clínicos.
Referências
- https://radiopaedia.org/articles/multiple-sclerosis
- Osborn's Brain: Imaging, Pathology and Anatomy. 2nd edition. 2017