Aumento do volume abdominal pode indicar ascite. Aprenda a realizar o diagnóstico diferencial com a paracentese e o cálculo do GASA para definir a etiologia.
O que fazer quando um paciente apresenta aumento abdominal?
Quando um paciente se apresenta com aumento de volume abdominal é importante considerar possíveis causas como ascite.
Esse sintoma pode estar relacionado a diversas condições e o primeiro passo é avaliar cuidadosamente o histórico clínico e realizar exames físicos e complementares.
História clínica e exame físico inicial
No caso de um paciente de 54 anos com aumento abdominal há 1 mês, a ingestão significativa de álcool pode sugerir uma causa hepática.
O exame físico revela ascite, sendo difícil avaliar visceromegalias. A pressão arterial, frequência cardíaca, respiratória e saturação estão dentro dos limites normais.
Qual o próximo passo no diagnóstico do aumento abdominal?
A ascite é um sinal que precisa ser investigado para determinar sua etiologia.
Realizar uma ultrassonografia (USG) Point of Care pode ajudar a confirmar a presença de líquido abdominal.
A partir disso, a investigação deve continuar com a paracentese diagnóstica, um procedimento simples e seguro.
Quais as principais causas de ascite?
Cerca de 81% dos casos de ascite são causados por cirrose, seguida de neoplasias (10%), insuficiência cardíaca (3%) e outras causas menos comuns como tuberculose e doenças pancreáticas.
Por isso, definir o fator principal é crucial para o tratamento adequado.
Como realizar a paracentese diagnóstica?
A paracentese diagnóstica deve ser feita em toda ascite recém-diagnosticada.
Esse procedimento é essencial para coletar líquido ascítico e realizar exames laboratoriais. Os principais testes incluem:
- Celularidade e diferencial
- Proteínas totais e albumina
- Culturas e Gram
- Exames específicos, como pesquisa de micobactérias
Qual o papel do GASA na avaliação da ascite?
O GASA (Gradiente de Albumina Soro-Ascite) é um dos principais testes utilizados para determinar se há hipertensão portal.
Um GASA ≥ 1,1 sugere hipertensão portal, enquanto valores menores afastam essa possibilidade.
Além disso, a quantidade de proteínas no líquido ascítico ajuda a diferenciar causas como cirrose e insuficiência cardíaca.
Fluxograma diagnóstico da ascite
Após a paracentese e o cálculo do GASA, podemos seguir um fluxograma diagnóstico:
GASA ≥ 1,1 e Proteínas < 2,5 | Diagnóstico mais provável é cirrose |
GASA ≥ 1,1 e Proteínas ≥ 2,5 | Considerar insuficiência cardíaca |
GASA < 1,1 e Proteínas < 2,5 | Sugere síndrom nefrótica |
GASA < 1,1 e Proteínas ≥ 2,5 | Pensar em neoplasias e tuberculose |
Conclusão: Sintomas guia e diagnóstico diferencial da ascite
Ao lidar com um paciente com aumento do volume abdominal, o uso de sintomas guia é essencial para iniciar o raciocínio clínico.
Para a ascite recém-diagnosticada, realizar a paracentese e calcular o GASA são passos fundamentais no diagnóstico diferencial.