Dor Torácica, Dispneia e Sinal do Halo Invertido em Tomografia

Dor Torácica, Dispneia e Sinal do Halo Invertido em Tomografia
12/08/2024
4 min

Homem de 41 anos, sem comorbidades relevantes, apresenta dor torácica ventilatório-dependente com início súbito há dois dias, associada a dispneia aos mínimos esforços. O paciente retornou recentemente de uma viagem ao Japão, com início dos sintomas logo após a chegada ao Brasil. Ao exame físico, apresentou-se em bom estado geral, com sinais vitais relevantes: FC 105 bpm, SatO2 92% em ar ambiente, PA 140/80 mmHg, FR 22 rpm, Tax 36,5°C. A ausculta pulmonar revelou estertores crepitantes em hemitórax direito.


Investigação laboratorial e de imagem

Os exames laboratoriais indicaram leucocitose com desvio à esquerda (15.700 leucócitos, com 8% de bastões), hemoglobina de 15,8 g/dL, hematócrito de 47,4%, e troponina levemente elevada (68 ng/L, VR < 60). A gasometria arterial mostrou PaO2 de 56 mmHg em ar ambiente, enquanto o BNP estava em 450 pg/mL.

A tomografia de tórax revelou o sinal do halo invertido, caracterizado por uma área arredondada de vidro fosco circundada por um anel de consolidação.

Significado clínico do sinal do halo invertido

O sinal do halo invertido é um achado radiológico que pode estar associado a diversas etiologias infecciosas e não infecciosas. Entre as causas não infecciosas, destaca-se o infarto pulmonar, especialmente relevante em casos de tromboembolismo pulmonar (TEP). A presença deste sinal, em conjunto com a ausência de imunossupressão e o contexto de viagem recente, aumenta a suspeita de TEP.

Características específicas para diferenciação diagnóstica

Duas características específicas do sinal do halo invertido ajudam a estreitar os diagnósticos diferenciais:

  • SHI Nodular: Associado a doenças granulomatosas em atividade, como tuberculose ou sarcoidose. Também pode ser observado em casos de paracoccidioidomicose.
  • SHI Reticular: Indica infarto pulmonar em pacientes imunocompetentes, ou infecção fúngica invasiva em imunossuprimidos.

Considerações diagnósticas

Com base nos achados clínicos e radiológicos, o diagnóstico mais provável é de infarto pulmonar secundário a TEP. A rápida identificação e tratamento deste quadro são essenciais para a melhoria do prognóstico do paciente.

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