Febre de Oropouche: o que saber sobre

Febre de Oropouche: o que saber sobre
29/08/2024
6 min

Com as mudanças climáticas e intensificação da mobilidade global, doenças tropicais como a Febre de Oropouche tem se tornado cada vez mais comum em outras regiões.

Seu quadro clínico semelhante a outras arboviroses torna o diagnóstico desafiador. Neste artigo, abordaremos os principais aspectos, desde sintomas a estratégias de prevenção.


O que é a Febre de Oropouche?

A Febre de Oropouche é uma doença viral transmitida pelo mosquito-pólvora (Culicoides paraensis).

Comum na região norte do Brasil, a febre de Oropouche tem um período de incubação que varia de 3 a 10 dias.

Geralmente, os pacientes se recuperam completamente sem deixar sequelas.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da febre de Oropouche são semelhantes aos de outras viroses, incluindo:

Febre
Cefaleia
Mialgia ou astenia
Náuseas ou vômitos
Fotofobia
Dor retro-orbital
Tontura
Odinofagia

Em alguns casos, a doença pode causar meningite asséptica, uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro, sem presença de bactérias.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da febre de Oropouche é realizado por meio de exames laboratoriais específicos, como o RT-PCR para detecção do vírus Oropouche (Orov) ou testes sorológicos, que podem confirmar a infecção, mas nem sempre estão prontamente disponíveis em todas as localidades.

É importante diferenciar a febre de Oropouche de outras doenças com sintomas semelhantes, como arboviroses, febre de Mayaro, bartonella, leptospirose e rickettsioses.

Diagnóstico Diferencial

Distinguir a Febre de Oropouche de outras arboviroses é crucial para um manejo adequado:

Dengue Também pode causar febre e cefaleia intensa, além de dor retro-orbital, mas se diferencia pela presença de hemorragias e queda das plaquetas
Zika Caracteriza-se pelo rash cutâneo, que é mais prevalente
Chikungunya A artralgia é a manifestação mais marcante

Por isso, o histórico epidemiológico é fundamental, especialmente em pacientes provenientes de áreas endêmicas ou com relatos de surtos na região.

Manejo Clínico da Febre de Oropouche

Atualmente, não existe um tratamento antiviral específico para a Febre de Oropouche.

Assim, o manejo clínico se concentra no tratamento sintomático, com foco no alívio da febre e das dores.

Em casos mais graves, especialmente com complicações neurológicas, pode ser necessário suporte hospitalar.

Prevenção

Sem uma vacina disponível, a prevenção da Febre de Oropouche depende de medidas eficazes de controle vetorial, incluindo:

  • Uso de repelentes;
  • Vestimentas de manga longa;
  • Telas de proteção nas janelas;
  • Eliminação de criadouros de mosquitos.

A conscientização da população sobre essas medidas e a importância da vigilância epidemiológica são essenciais para a detecção precoce e controle de surtos.

Profissionais de saúde em áreas endêmicas devem estar sempre atentos aos sinais clínicos e notificar os casos suspeitos às autoridades de saúde pública.

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