Síndrome Neuroléptica: Entenda os Sintomas e Tratamentos

Síndrome Neuroléptica: Entenda os Sintomas e Tratamentos
13/11/2024
6 min

A síndrome neuroléptica é uma reação adversa grave ao uso de antipsicóticos. Conheça seus principais sintomas, métodos de diagnóstico e as opções de tratamento disponíveis.


O que é Síndrome Neuroléptica?

A síndrome neuroléptica é uma condição grave associada ao uso de antipsicóticos, especialmente os de alta potência. No entanto, pode ocorrer com qualquer medicamento dessa classe.

A incidência é de 0,2 a 3%, sendo mais comum no início do tratamento ou com o aumento da dose.

É uma reação idiossincrática, mas o risco aumenta com doses elevadas ou combinação de antipsicóticos.

Quais são os Sintomas Clássicos?

Os achados clássicos incluem:

  • hipertermia (> 38°C)
  • rigidez muscular
  • alteração do estado mental
  • disautonomia (taquicardia, sudorese, alterações na pressão arterial)

Achados Laboratoriais

  • Elevação da creatinofosfoquinase (CPK): que pode levar à rabdomiólise.
  • Mioglobinúria: indicando destruição muscular.
  • Leucocitose
  • Injúria renal aguda: com hipocalcemia e hipercalemia.

Como Diagnosticar a Síndrome Neuroléptica?

O diagnóstico da síndrome neuroléptica é desafiador devido à sua raridade e apresentação variável.

Não existe um exame específico ou escore que confirme o diagnóstico. Portanto, é essencial manter uma alta suspeita em pacientes com sintomas compatíveis e que estejam usando antipsicóticos.

Diagnósticos Diferenciais

É importante diferenciar pela histórica clínica:

  • síndrome serotoninérgica
  • hipertermia maligna
  • intoxicações exógenas
  • infecções do sistema nervoso central (para essas, pode ser necessário solicitar TC e/ou análise de líquor)

Qual é o Tratamento Geral?

O tratamento imediato e crucial é a suspensão do antipsicótico.

Além disso, deve-se:

  • medidas de controle da hipertemia como compressas e lençóis gelados,
  • hidratação EV especialmente em casos de rabdomiólise associada,
  • correção de distúrbios eletrolíticos.

Qual a relação com o ferro?

Durante os episódios da síndrome, há uma diminuição dos níveis de ferro sérico.

Apesar da alta sensibilidade observada em 85-96% dos casos, a especificidade é baixa.

Após a resolução do quadro, os níveis de ferro voltam ao normal.

A fisiopatologia ainda não está totalmente esclarecida, mas acredita-se que exista uma relação com os receptores dopaminérgicos.

Referências

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