Emulsão lipídica intravenosa (ELI) é utilizada no contexto de intoxicações, principalmente para o tratamento de overdoses de medicamentos lipofílicos. Essa intervenção está bem respaldada na reversão da toxicidade de anestésicos locais, como a bupivacaína. A evidência de benefício de ELI em outros medicamentos lipofílicos, incluindo certos antidepressivos, antipsicóticos e medicamentos cardiovasculares é controversa.
Um mecanismo amplamente aceito da ELI é o efeito da "pia lipídica", onde a ELI sequestra drogas lipofílicas do plasma. Isso reduz a concentração livre do tóxico, mitigando os efeitos em órgãos-alvo como o coração e o cérebro. A ELI também tem efeitos cardiotônicos diretos, que podem ajudar a estabilizar a hemodinâmica em casos de colapso cardiovascular.
Um possível protocolo para administração de ELI em casos de toxicidade sistêmica de anestésicos locais envolve um bolus inicial seguido por uma infusão contínua. O uso deve ser orientado pelo julgamento clínico e em consulta com especialistas em toxicologia, dada a variabilidade na resposta e o potencial para efeitos adversos, como hipertrigliceridemia e pancreatite.
Referências: