Imobilização Prolongada

A imobilização prolongada nos pacientes internados é definida muitas vezes de forma vaga nos estudos de profilaxia de tromboembolismo venoso. Em certos trabalhos, essa condição era inferida a partir de anotações em prontuários que indicavam a impossibilidade de deambular sem auxílio.

A imobilização pode ser descrita como a restrição de movimento ao leito, incluindo ou não a possibilidade do paciente de usar o banheiro. Como exemplo, no estudo do critério de Pádua, o paciente deveria estar restrito ao leito, mas com a possibilidade de usar o banheiro. Outros critérios não fazem essa especificação. A imobilização é comumente chamada de “repouso absoluto” e está associada ao aumento do risco de eventos tromboembólicos nos pacientes com condições clínicas agudas. Esse risco é ainda maior nos pacientes imobilizados por causas cirúrgicas, como o uso de próteses ou gessos nos membros inferiores. 

Não há um consenso universal na literatura para a quantidade de horas e/ou dias de imobilização prolongada que aumente o risco de complicações para o paciente. No entanto, alguns parâmetros encontram-se descritos nos protocolos dos estudos e nas calculadoras de risco tromboembólicos mais utilizadas, que podem servir de referência:

  • ≥ 3 dias de imobilidade. Critério utilizado pelo escore de Pádua.
  • > 7 dias de imobilidade. Critério utilizado pelo estudo IMPROVE.
  • O ensaio clínico randomizado MAGELLAN (profilaxia para rivaroxabana) definiu como “imobilidade completa” a permanência no leito ou poltrona por 100% do tempo por mais de um dia e “imobilidade reduzida” para pacientes restritos mais que 50% do tempo no leito ou poltrona por mais de 4 dias.

O motivo da imobilização também deve ser considerado para a avaliação de risco e tomada de decisão de conduta para medidas de prevenção de TEV. 


Referências:

  1. van Adrichem RA, Debeij J, Nelissen RG, Schipper IB, Rosendaal FR, Cannegieter SC. Below-knee cast immobilization and the risk of venous thrombosis: results from a large population-based case-control study. J Thromb Haemost. 2014.
  2. Ye F, Bell LN, Mazza J, Lee A, Yale SH. Variation in Definitions of Immobility in Pharmacological Thromboprophylaxis Clinical Trials in Medical Inpatients: A Systematic Review. Clin Appl Thromb Hemost. 2018.
  3. Sartori M, Favaretto E, Cosmi B. Relevance of immobility as a risk factor for symptomatic proximal and isolated distal deep vein thrombosis in acutely ill medical inpatients. Vasc Med. 2021.

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